No gráfico horário, o par GBP/USD, na quinta-feira, encontrou suporte na faixa de 1,3352–1,3362, avançou até 1,3425, mas perdeu força e iniciou um novo movimento de queda em direção à mesma zona de suporte. Uma nova reação positiva a partir desse intervalo voltaria a favorecer a libra, abrindo espaço para uma recuperação em direção aos níveis de 1,3425 e 1,3470.
Por outro lado, uma quebra consistente abaixo dessa faixa de suporte permitiria aos traders projetar a continuidade do movimento de baixa, com alvos em 1,3294 e 1,3240.
A estrutura de ondas manteve um viés de alta por várias semanas, mas nesta semana retornou a um cenário de baixa. A última onda de alta concluída superou o topo anterior por apenas alguns pontos, enquanto a onda de baixa mais recente conseguiu romper a mínima anterior. O pano de fundo noticioso para a libra tem sido fraco nas últimas semanas, e os vendedores aproveitaram plenamente esse cenário. Ao mesmo tempo, o noticiário vindo dos Estados Unidos também deixa muito a desejar. Ainda assim, nesta semana, voltaram a surgir dados pouco animadores no Reino Unido. Por outro lado, os EUA também não favoreceram o dólar com estatísticas fortes.
O fluxo de notícias de quinta-feira gerou bastante debate e discussão no mercado. O Banco da Inglaterra tomou a decisão amplamente esperada de cortar as taxas de juros, o que não representou surpresa. Ao mesmo tempo, permanece incerto como o banco central britânico pretende conduzir sua política no próximo ano. Nos Estados Unidos, foi divulgado o relatório de inflação de novembro, que mostrou uma desaceleração do crescimento dos preços para 2,7% na comparação anual. Esse dado poderia ter convencido o mercado da necessidade de um novo afrouxamento monetário por parte do FOMC em janeiro, mas muitos economistas rapidamente alertaram que não se devem tirar conclusões de longo prazo com base apenas na leitura da inflação de novembro.
Em novembro, a Black Friday ocorreu em escala global, e convenhamos - um evento que há muito deixou de se limitar a um único dia. Descontos, liquidações e promoções costumam começar uma ou até duas semanas antes, o que acabou reprimindo artificialmente os preços por pelo menos metade do mês. Assim, o próximo relatório de inflação, referente a dezembro, já pode indicar uma nova aceleração do índice de preços ao consumidor. Dessa forma, nem touros nem ursos conseguiram se beneficiar plenamente dos eventos de ontem, embora, à primeira vista, ambos permitissem interpretações ambíguas.

No gráfico de 4 horas, o par concluiu uma terceira recuperação a partir do nível corretivo de 100,0% em 1,3435, mas acabou revertendo a favor do dólar americano e iniciou um novo movimento de queda em direção à região de 1,3140. Uma consolidação firme acima de 1,3435 abriria espaço para expectativas de um avanço mais expressivo, com alvo no nível de Fibonacci de 127,2%, em 1,3795. No momento, não há sinais de divergência emergente em nenhum dos indicadores.
Relatório de Compromissos dos Traders (COT):
O sentimento da categoria de traders "não-comerciais" permaneceu inalterado na última semana do relatório, embora esse período de referência já esteja defasado, datando de 18 de novembro. O número de posições longas mantidas por especuladores aumentou em 766, enquanto as posições de vendas recuaram em 981. Atualmente, a diferença entre posições de compras e vendas é de aproximadamente 53 mil contra 132 mil. Como se pode observar, os vendedores dominavam o mercado há um mês, mas o cenário pode ser hoje bastante diferente. No caso do euro, inclusive, a situação era oposta já naquele período. Diante disso, não considero que o mercado da libra esteja, neste momento, em território claramente baixista.
Na minha avaliação, a libra continua parecendo menos "perigosa" do que o dólar. No curto prazo, a moeda americana pode até registrar episódios pontuais de demanda, mas entendo que se trata de um fenômeno temporário. As políticas de Donald Trump provocaram uma deterioração acentuada no mercado de trabalho, forçando o Federal Reserve a afrouxar a política monetária para conter o avanço do desemprego e estimular a criação de vagas. Para 2026, o FOMC não sinaliza, por ora, um ciclo agressivo de flexibilização monetária; ainda assim, neste momento, ninguém pode afirmar isso com convicção, já que os dados do mercado de trabalho seguem insuficientes para conclusões definitivas.
Calendário econômico para os EUA e o Reino Unido:
- Reino Unido – Variação no volume de vendas no varejo (04h00 horário de Brasilia - 08h00 Portugal).
- Estados Unidos – Vendas de casas usadas (10h31 horário de Brasília - 14h31 Portugal).
- Estados Unidos – Índice de Confiança do Consumidor da Universidade de Michigan (10h31 horário de Brasilia - 14h31 Portugal).
Em 19 de dezembro, o calendário econômico contém apenas três eventos, cada um deles menos importante do que os dados divulgados no início desta semana. O impacto das notícias sobre o sentimento do mercado na sexta-feira pode ser fraco.
Previsão e conselhos de negociação para GBP/USD:
Posições de venda podem ser abertas em uma recuperação até o nível de 1,3425 no gráfico horário, com alvo na região de 1,3352–1,3362, que já foi alcançado. Novas posições de venda podem ser consideradas após um fechamento firme abaixo da faixa de 1,3352–1,3362, visando chegar em 1,3294. Para hoje, recomendo considerar posições de compra em uma nova recuperação a partir da região de 1,3352–1,3362, com metas em 1,3425 e 1,3470.
As grades de níveis de Fibonacci são construídas entre 1,3470 e 1,3010 no gráfico horário e entre 1,3431 e 1,2104 no gráfico de 4 horas.